Personagem do conto "O Anjo Rafael", de Machado de Assis, possui a "folie a deux", espécie de contágio mental.
Nesses casos, quando um membro da família desenvolve sintomas psicóticos, um ou mais parentes acabam "pegando" os sintomas, tendo ilusões, por exemplo.
No entanto, anos antes dessa descrição, Machado de Assis publicara o conto "O Anjo Rafael". Como o nome da história sugere, um dos personagens acreditava ser o anjo em questão.
Apesar de sua suposta natureza angélica, o sujeito tinha uma filha, com quem morava numa fazenda e para a qual buscava um marido. E a moça, estranhamente, tinha embarcado na fantasia do pai, conforme seu noivo percebeu. Ela só deixou de lado a ilusão três meses depois que o pai morreu, o que a levou a deixar a fazenda.
"A narrativa de Assis combina todos os elementos que depois seriam descritos por Lasegue e Falret [os descobridores "científicos" da "folie a deux". Ele vai além e descreve o efeito terapêutico de separar os indivíduos", escrevem os psiquiatras da USP.
Fonte: (Jornal Folha de São Paulo - Caderno Ciencia - 15/03/2011).
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