Sigmund Freud

domingo, 1 de maio de 2011

Ambivalencia, verdade e escolha, psicanalisando....

A porta da verdade estava aberta, mas só deixava passar meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade, porque a meia pessoa que entrava só trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.
Arrebentaram a porta.

Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
E carecia optar.

Cada um optou conformeseu capricho, sua ilusão, sua  miopia.
(Carlos Drummond de Andrade)


"A ambivalencia é a presença simultanea, na relaçao com um mesmo objeto, de tendencias, de atitude e de sentimentos opostos, fundamentalmente o amor e o odio". (Laplanche e Pontalis - Vocabulario de Psicanalise).

O texto de Drumond nos mostra que escolher é algo ligado a abrir mao de alguma coisa, perder o que nao foi o escolhido, lamentar-se pelo decidir, enchergar apenas de acordo com a sua propria verdade, mas quantas verdades existem?
Verdade ou mentira; querer ou nao querer?
Ser belo ou feio?
O que querem as pessoas...

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